Dia 15 de abril, em todas as 27 capitais brasileiras, centrais sindicais realizaram atos e paralisações como um recado ao Congresso.
A Avenida Paulista, novamente, foi palco da mobilização da classe trabalhadora no Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330, projeto que amplia a terceirização para todas as áreas da empresa e retira direitos trabalhistas. Os manifestantes seguiram em caminhada até o Largo da Batata. Foi neste momento, embaixo de uma chuva fortíssima, que o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, destacou que as paralisações e atos ocorreram nas 27 capitais brasileiras. “Os parlamentares estão reunidos pensando o que vão fazer com relação ao 4330. Eles achavam que iriam passar o trator em cima da classe operária e que iríamos ficar apenas ouvindo. Mas estamos e continuaremos nas ruas fazendo o enfrentamento”, alertou. “Até o PSDB está revendo a sua opinião com relação ao projeto. Não porque eles querem defender o trabalhador, mas porque eles sabem que nós podemos derrotá-los nas ruas”, afirmou Vagner.
O Coordenador Estadual da CMP (Central de Movimentos Populares), Raimundo Bonfim, explicou que a luta contra o PL 4330 está na pauta da Jornada Nacional de Luta por Moradia Digna, o chamado Abril Vermelho, realizado neste período pelos movimentos sem-teto que cobram direitos sociais. “Vamos cobrar uma reunião com a presidenta Dilma. Queremos dizer que não aceitaremos o PL 4330, nem a privatização da Caixa e nem o corte de verbas para programas de regularização fundiária e de saneamento básico”.
Serviço Público na mira dos tubarões das terceirizações
Giovani Chagas, presidente do SINDSERV São Bernardo, alerta para o aumento da terceirização no serviço público e as ameaças de fim do concurso público, que já começam a tramitar no Congresso. “Hoje, já sofremos com a terceirização de vários setores do serviço público. Saúde e SU já têm terceirizados como maioria dos prestadores de serviço e outros setores, como limpeza e merenda, também. Se este projeto passar, abrirá de vez a porteira para que se terceirize todo o serviço público. Não vai ser difícil termos que conviver com empresas disfarçadas de organizações sociais ‘fornecendo’ mão de obra para a Educação, por exemplo. É um verdadeiro absurdo e um dos maiores golpes contra a classe trabalhadora em nossa história”, conclui Chagas.