“A grandeza da CONFETAM passa, fundamentalmente, pela grandeza de seus Dirigentes.”
Essa foi uma das muitas declarações marcantes do discurso de posse da professora pública municipal de Maracanaú (CE) VILANI OLIVEIRA, que no último dia 25 de maio de 2013 chegou à Presidência da CONFETAM/CUT, que vem a ser a única entidade legítima representante do Ramo dos Municipais do Brasil.
A unanimidade da multidão de delegados e delegadas em torno do nome da Sindicalista cearense reflete entre muitos pontos a destacar o nível de maturidade da política sindical classista e socialista praticada na Confederação que a cada ano, leva, segundo último levantamento estatístico, 60 sindicatos por ano para a CUT Nacional.
A Professora Vilani aglutina em sua biografia o perfil mais que adequado para comandar uma Confederação que, segundo dados de instituições internacionais, representa o Ramo que mais crescerá nos próximos anos no Brasil e no Mundo: os servidores(as) públicos(as). A garra com a qual a nova Presidenta engendrou em sua trajetória de militância insere-se de forma muito mais veemente no desafio abraçado por ela no que tange a fortalecer a CONFETAM diante das necessidades macroestruturais do Serviço Público Municipal do Brasil.
UMA MILITÂNCIA FORJADA NA INDESISTÊNCIA
Vilani vivenciou contextos cujo limite entre a linha tênue do conformismo e a rebeldia necessária para o enfrentamento às injustiças forjaram o caráter de uma mulher que certamente se apossou do elemento da reflexão e do ato de formação como uma ferramenta de compreensão e intervenção no Mundo.
DE DESPEJADA DE SUA MORADA À TOMADA DE POSIÇÃO COM A COLETIVIDADE
Não é possível elencarmos todos os momentos em que a mulher Vilani teve que refazer a rota como cumprimento de sua decisão de ser livre e libertadora mas alguns fatos realmente foram icônicos. Exemplo, foi que em 1979, aos dezenove anos, a comunidade onde morava sofreu uma ação de despejo. Tal ação partir da costumeira truculência á época embevecida pelo capitalismo selvagem que aliançado com o coronelismo relegava os injustiçados, social e economicamente, a um lugar à margem daquilo que minimamente podemos chamar de sobrevivência.
O confronto com essa realidade: casas sendo derrubadas, pessoas sendo agredidas, outras baleadas, violência moral e física, não apenas tentaram contra as estruturas geográficas do lugar mas marcaram a vida e os sonhos de homens, mulheres, jovens, idosos e crianças. Este episódio entrou para História como o despejo da favela José Bastos, o que muitos não acreditavam é que dessas cinzas nasceria a resistência para se identificar com outros em favor do bem comum, especialmente, com os(as) trabalhadores(as)
PASSOS NA “LIDA” E NO FAZER SOCIOPOLÍTICO COTIDIANO
Na caminhada com os companheiros e companheiras, Vilani Oliveira agregou valores a sua própria biografia que, se não fora a identificação de princípios com outras fontes de resisitência, talvez não teria sido possível fazer-se a Liderança que é.
Entre esses marcos de sua trajetória podemos citar:
– Militância no PRC (Partido Revolucionário Comunista) em 1984;
– Participação na Direção da União das Mulheres Cearense/UMC, primeira entidade feminista no Ceará depois da ditadura militar;
– Participação na fundação do PT chegando a integrar comissões Pró-PT no Ceará, articulando núcleos de base e enfrentando o debate com a população que movida pelo preconceito e pelo combate da mídia burguesa que atacava qualquer possibilidade de organização partidária dos trabalhadores.
– Participação na criação da JORNADA DE LUTA CONTRA A FOME, a qual foi presidenta. Este movimento surgiu como resposta aos milhares de trabalhadores que perambulavam pelas ruas de Fortaleza, fugindo da seca que castigava o ceará desde 1982.
– Participação na criação da UNIÃO DAS COMUNIDADES DA GRANDE FORTALEZA como uma reação coletiva, criou-se a que fazia oposição a federação de bairros e favelas. O movimento popular participava ativamente das greves gerais e demais movimentos era tudo intercalado.
São muitos os caminhos percorridos por essa mulher que militou desde sempre, em todas as instâncias, como resposta a busca pessoal pela plenitude da vida, compartilhando essa busca na Família, na Comunidade, no Partido, no Grupo de Estudos Filosóficos e Políticos, no Sindicato, na Federação de Municipais, na CUT estadual e agora, na PRESIDÊNCIA DA CONFETAM.
Com o mérito da própria história, essa é Vilani Oliveira, a nova Presidenta da CONFETAM/CUT.
Fonte: Blog Sindsep em Ação