Trabalhadores manifestaram indignação com o desrespeito da Administração durante o 2º Grande Ato da Campanha Salarial. SINDSERV decreta Estado de Greve e já alerta à população quanto à iminência da paralisação total dos serviços.
O 2º Grande Ato da Campanha Salarial dos Servidores de São Bernardo, ocorrido na noite de 24 de abril, foi marcado pela manifestação de indignação dos trabalhadores e trabalhadoras contra o descaso da Administração Municipal às reivindicações e à data-base da categoria. Enquanto as demais cidades da região estabeleceram o diálogo com os servidores, São Bernardo permanece desrespeitando uma conquista fundamental, assinada pelo próprio prefeito, que é o estabelecimento do mês de março como data-base para a reposição salarial e discussão das reivindicações gerais da categoria.
Diante do trânsito parado, enquanto os trabalhadores distribuíam uma Carta Aberta à População, o presidente Giovani Chagas afirmou que a cidade tem que se preparar para algo que parece ser inevitável: a greve em todos os setores da Administração: “Nós queremos alertar aos munícipes de São Bernardo que, em virtude do desrespeito da Administração, que nos leva mais uma vez às ruas, seus filhos poderão ficar sem aula, o atendimento nas unidades de saúde pode ser suspenso, a segurança vai ficar enfraquecida e a máquina administrativa vai parar, levando transtornos a quem precisa de documentos e orientações que o cidadão tem necessidade em seu dia a dia. Estamos numa situação gravíssima de arrocho salarial, sem negociação e com o diálogo suspenso. Se eles não querem negociar nem dialogar conosco, não vai nos restar outra alternativa, senão a greve”.
Cordão de isolamento não impediu que trabalhadores dessem o recado
Da Praça Santa Filomena, local da concentração, os trabalhadores seguiram pela Marechal Deodoro e Faria Lima em caminhada. No Paço Municipal, o prefeito e seu secretariado participavam de um evento no Teatro Cacilda Becker, onde diretores do SINDSERV e membros dos CSBs estavam, desde o final da tarde, distribuindo a carta aberta. Ao entrar no Paço, a manifestação deparou-se com um cordão de isolamento, formado por uma viatura da GCM atravessada no caminho e vários guardas enfileirados, impedindo o avanço da passeata. Os GCMs, em serviço e obrigados a realizar tal tarefa, são trabalhadores como nós e que, certamente, estarão conosco em todos os momentos de nossa luta, assim como estiveram os que não estavam em serviço. Na parte interna, seguranças à paisana também acompanhavam o movimento.
Tal aparato de segurança não impediu que os trabalhadores dessem o recado. Nos dois carros de som, estrategicamente postados, os trabalhadores discursaram e chamaram palavras de ordem contra o desrespeito do governo: “Trabalhador na rua, Marinho, a culpa é sua”, “Com luta, com garra, o aumento sai na marra”, “Trânsito parado, o prefeito é o culpado”, foram algumas das frases entoadas pelos manifestantes.
Pauta justa e responsável demonstra o bom senso da categoria
O Presidente do SINDSERV, Giovani Chagas, explicou que todos os itens da pauta de reivindicações são coerentes, mas falta prioridade da Administração para atender. “O orçamento comporta, a Administração tem condições de repor a inflação, de nos dar aumento real, convênio médico decente, vale-refeição, cartão Servidor Cidadão, mas falta vontade política, falta respeito conosco. Nós conquistamos a nossa data-base, que é no mês de março, e estamos aqui, quase em maio, lutando por negociações”.
“Essa falta de diálogo, descaso com os funcionários públicos, demonstra como o prefeito não está preocupado com o andamento da cidade. Não adianta prédios bonitos se falta trabalhador motivado. Essas pessoas estão aqui batalhando por melhores salários, por valorização. Defendemos a abertura de concursos públicos e dizemos não à terceirização, queremos respeito e MAIS DIREITOS”, fala Cássia Tochetto, Secretária Geral do Sindicato.
Durante a próxima semana, o SINDSERV continuará intensificando suas ações, pedindo a união dos servidores e o apoio dos munícipes. Caso a Administração não dê nenhuma resposta, não haverá outra forma a não ser declararmos GREVE. “Não queremos deixar os munícipes sem os nossos serviços, mas do jeito que está não dá mais. Se a Administração não negociar, vamos construir uma grande greve”, finaliza o diretor Francisco Glauco.
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