Desrespeito à data-base e não atendimento de alguns itens da pauta foram fundamentais para rejeição da proposta
Em Assembleia realizada na noite desta sexta-feira, 7 de abril, os trabalhadores decidiram rejeitar a contraproposta apresentada pelo governo municipal na Mesa de Negociações. A categoria considerou que a proposta de reposição salarial apenas em outubro, ou seja, para ser recebida apenas em novembro, sem pagamento do retroativo à data-base, março, não atende às expectativas e necessidades dos trabalhadores. Além disso, outros pontos, como o aumento real baseado no crescimento econômico da cidade, sequer foram objeto de contraproposta por parte dos negociadores da Administração.
O presidente do SINDSERV, José Rubem, avalia que estes pontos foram fundamentais na rejeição da proposta: “Nossa campanha tem como tema a luta por nenhum direito a menos. Quando consideramos que nos últimos anos nosso Sindicato conquistou a reposição integral da inflação, com respeito à data-base, aceitar tal reposição apenas em outubro, sem nenhuma compensação ou retroatividade, caracterizaria uma perda”.
Continuar avançando, na Mesa de Negociações e na mobilização da categoria
Apesar do resultado pouco satisfatório na contraproposta apresentada pelo governo, é inegável que a pressão exercida pelo SINDSERV depois da reunião do dia 29, surtiu efeito. Alertamos aos negociadores da Administração que comunicaríamos à categoria a ausência de contraproposta naquela rodada de negociações e que convocaríamos a Assembleia do dia 7. A partir disso, uma nova reunião foi agendada, e ocorreu no dia 6, quando a contraproposta foi apresentada.
Em virtude disso, José Rubem demonstra otimismo no avanço das negociações: “Partimos de um patamar muito ruim, primeiro com a demora da Administração no agendamento das negociações, depois, com o ‘zero’ da reunião do dia 29 de março. Já na reunião do dia 6 de abril, conseguimos sair da Mesa com esta proposta que foi rejeitada pela Assembleia”, explicou o presidente. “Acredito que o governo terá maturidade para compreender a importância dos trabalhadores no funcionamento da cidade e que a categoria vai ampliar a mobilização, o que vai garantir avanços na proposta”.
Já a Diretora de Comunicação, Evelyn Cunha, reforça a capacidade técnica dos negociadores do Sindicato na Mesa de Negociações e o histórico de lutas da categoria: “Nossa pauta está fundamentada em pressupostos técnicos, em números concretos e reais. Não há irresponsabilidades ou reivindicações desconexas da realidade. O governo sabe disso e vai ter muita dificuldade em nos convencer do contrário. Além do mais, todos nos lembramos que em 2015, diante da demora e da rejeição subsequente das contrapropostas da Administração, nossa categoria deu uma resposta à altura e foi à luta, realizando a maior greve de nossa história”.
Pauta de Reivindicações X Contraproposta
A pauta de reivindicações aprovada pela categoria é composta por treze pontos (clique aqui para ver quais são). Na contraproposta governista, sete deles foram respondidos:
- Reposição salarial de 5% sobre os salários de outubro (pagamento em novembro), sem retroatividade ou abono compensatório;
- Aumento do auxílio-alimentação de R$10,00 ara R$12,00;
- Auxílio-transporte de R$80,00 para R$100,00;
- Abono de Natal de R$350,00 para todos os trabalhadores, da ativa e aposentados, com e sem paridade;
- Unificação do formulário de CAT – Comunicado de Acidente de Trabalho;
- Ampliação da Licença Paternidade;
- Abertura de concurso público.
Agora é luta!
A Assembleia também aprovou a convocação de uma JORNADA DE LUTAS, que já começa neste sábado, dia 8, às 9h, no grande ato contra o desmonte da Previdência, e termina o mês com a GREVE GERAL NACIONAL, no dia 28 (clique aqui para saber mais sobre a greve).
Na segunda-feira, 10, a Diretoria do SINDSERV vai se reunir para elaborar o calendário da Jornada de Lutas, que será amplamente divulgado.
“O momento exige muita maturidade e disposição de luta. Não podemos ficar apenas na dependência das reuniões da Mesa. Os representantes do governo precisam saber que nós temos uma categoria de luta, que não vai aceitar a retirada de direitos”, defende a vice-presidente do SINDSERV, Marlene Matias.