O Outubro Rosa surgiu como um movimento popular e atualmente tem adesão e reconhecimento internacional. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades.
“O SINDSERV apoia essa campanha, que é de suma importância e tem feito a diferença na vida de muitas mulheres, que cada vez mais se conscientizam e vão atrás de fazer a prevenção do câncer de mama”, disse a nossa Diretora de Organização e Base, Arlene de Paula.
O movimento Outubro Rosa, que ganha adesões a cada ano, chegou ao Brasil em 2008. O câncer que mais afeta a mulher brasileira é o de mama, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
No próximo dia 11, a partir das 9h, a ONG Recomeçar é Possível, grupo de apoio às mulheres mastectomizadas, organiza uma caminhada pela Rua Marechal Deodoro, buscando conscientizar toda a população.
Já no dia 18 de outubro, das 8h às 17h, as 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Bernardo abrirão excepcionalmente para atender mulheres interessadas em fazer mamografias e também coleta de Papanicolau, que é o exame para identificação do câncer de colo de útero.
Como surgiu a campanha
Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Na medida em que as ações de rastreamento do câncer de mama forem expandidas na população-alvo, espera-se que a apresentação da doença seja cada vez mais por imagem e menos por sintoma, ampliando-se as possibilidades de intervenção conservadora e prognóstico favorável. Destaca-se, no entanto, que mesmo nos países com rastreamento bem organizado e boa cobertura, aproximadamente metade dos casos são detectados em fase sintomática, o que aponta a necessidade de valorização do diagnóstico precoce.
Magnitude
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma, representando 25% do total de casos de câncer no mundo em 2012, com aproximadamente 1,7 milhão de casos novos naquele ano. É a quinta causa de morte por câncer em geral (522.000 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres [1].
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2014 foram estimados 57.120 casos novos, que representam uma taxa de incidência de 56,1 casos por 100.000 mulheres [2].
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 11,88 óbitos/100.000 mulheres em 2011 [3]. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 13,67 e 13,18 óbitos/100.000 mulheres em 2011, respectivamente.
Como mostra a tabela a seguir, o Brasil apresenta valores intermediários no padrão de incidência e mortalidade por câncer de mama. Cabe destacar que, proporcionalmente, as diferenças entre as taxas de incidência e mortalidade nos países desenvolvidos são maiores, sugerindo maior alcance das ações de rastreamento em diagnosticar precocemente a doença e acesso aos avanços no tratamento.
Taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama, por 100.000 mulheres, em países selecionados, 2012
Região\País |
Incidência |
Mortalidade |
||
Taxa Bruta |
Taxa Padronizada |
Taxa Bruta |
Taxa Padronizada |
|
Finlândia |
162,9 |
89,4 |
31,3 |
13,6 |
Reino Unido |
164,5 |
95,0 |
36,7 |
17,1 |
Espanha |
106,6 |
67,3 |
25,7 |
11,8 |
Estados Unidos |
145,6 |
92,9 |
27,5 |
14,9 |
Canadá |
134,1 |
79,8 |
28,2 |
13,9 |
Austrália |
128,0 |
86,0 |
25,7 |
14,0 |
Japão |
85,9 |
51,5 |
21,3 |
9,8 |
Paraguai |
37,1 |
43,8 |
13,0 |
15,6 |
Bolívia |
15,7 |
19,2 |
5,8 |
7,2 |
Zâmbia |
11,9 |
22,4 |
5,9 |
1,1 |
Brasil * |
66,8 |
59,5 |
16,3 |
14,3 |
Brasil (dados oficiais) ** |
56,1 |
– |
13,5 |
11,9 |
Fonte: GloboCan. IARC (WHO), 2012 * Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2014/2015 (INCA, 2013) e à taxa de mortalidade do ano de 2011 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2011, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 15,7% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 12,5%. Neste ano, os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,7%) e Centro-Oeste (15,6%), seguidos pelos Sul (15,3%) e Nordeste (14,5%) [5].
A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos , com exceção de países da Ásia [4]. A mortalidade também aumenta progressivamente com a idade, conforme dados para o Brasil apresentados a seguir [5]. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é mais do que o dobro.
Neoplasias
Taxa de incidência anual de neoplasias malignas específicas em mulheres, por 100.000 habitantes, por Grandes Regiões e segundo os tipos de neoplasias – Brasil, 2012-2013
Tipos de neoplasias |
Brasil |
Norte |
Nordeste |
Sudeste |
Sul |
Centro-Oeste |
|
Pulmão, traquéia e brônquios |
10,1 |
5,1 |
5,6 |
11,2 |
18,6 |
9,1 |
|
Esôfago |
2,7 |
0,6 |
1,7 |
2,9 |
5,1 |
2,1 |
|
Estômago |
7,4 |
5,8 |
5,6 |
8,7 |
8,4 |
6,8 |
|
Cólon, junção retossigmóide, reto e ânus |
15,9 |
4,9 |
6,7 |
23,0 |
19,8 |
14,7 |
|
Mama |
52,5 |
19,4 |
31,9 |
68,9 |
64,8 |
47,6 |
|
Colo do útero |
17,5 |
23,6 |
17,9 |
15,5 |
13,9 |
27,7 |
|
Lábio e cavidade oral |
4,2 |
1,9 |
3,2 |
5,8 |
3,0 |
3,2 |
|
Melanoma maligno da pele |
3,1 |
0,6 |
1,0 |
4,1 |
5,6 |
2,6 |
|
Outras neoplasias malignas da pele |
71,3 |
43,0 |
41,9 |
90,9 |
68,0 |
108,6 |
|
Fonte: Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer – INCA. Brasília-DF, 2012-2013.
Notas: As estimativas do INCA atualmente são feitas a cada 2 anos, em função da estabilidade da ocorrência, com pouca variação anual; portanto, a taxa de incidência calculada é anual e os valores apresentados na tabela são válidos para o ano de 2012 e para o ano de 2013.
Exames citopatológicos, cévico-vaginal e microflora, total e distribuição percentual, realizados segundo grupos de idade, por Grandes Regiões – 2013
Grandes Regiões |
Total |
Distribuição (%) |
||||
Menor de 14 anos |
15 a 19 anos |
20 a 34 anos |
35 a 49 anos |
50 anos ou mais |
Com informações da Secretaria de Políticas para as Mulheres de Santo André