Em mais um exemplo do “choque de gestão” do governo estadual, polícia usa bombas de efeito moral e balas de borracha contra integrantes do movimento sem teto
Policiais Militares e moradores sem teto que ocupam um prédio na Avenida São João, na região central da capital paulista, entraram em confronto no início da manhã de hoje (16), quando foi iniciada a reintegração de posse do edifício de 20 andares.
Para conter os manifestantes, os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Uma mulher, integrante do movimento de moradores sem teto, tentou furar o bloqueio dos policiais e, a partir daí, a Tropa de Choque reagiu, reiniciando os disparos de bombas. As avenidas São João e Ipiranga estão bloqueadas e muitas pessoas que trabalham na região estão tendo dificuldade para chegar aos locais de trabalho.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a juíza Maria Fernanda Belli, da 25ª Vara Cível do Foro Central, determinou a reintegração de posse do prédio, a pedido da empresa proprietária do imóvel, a Aquarius Hotel Limitada. A Justiça requisitou o apoio da Polícia Militar na desocupação. O edifício é ocupado, de acordo com nota da SSP, por 200 pessoas ligadas ao Movimento Sem Teto do Centro (MSTC).
De acordo com a secretaria, a reintegração estava prevista para ocorrer no dia 11 de junho, porém, na ocasião, foi cancelada porque não foram disponibilizados pela empresa proprietária do imóvel os meios necessários para a desocupação (caminhões e carregadores para o transporte dos pertences dos moradores).
A reintegração foi reagendada para o dia 27 de agosto. Porém, no dia, foi novamente suspensa porque os oficiais de Justiça avaliaram que o número de caminhões e transportadores ainda não era suficiente.
Uma das integrantes do movimento, Shirley Santana, de 35 anos, disse que estava no interior do prédio quando a polícia chegou e atirou bombas pela janela. “As pessoas resistem porque elas não têm para onde ir”, acrescentou.
Fonte: CUT SP