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Proposta de gatilho salarial nem chegou a ser discutida por dirigentes sindicais

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A pauta que a CUT e as demais centrais sindicais levarão a presidenta Dilma é a pauta da classe trabalhadora e não a dos rentistas, que querem aumento de juros e mais lucros

Por Marize Muniz


A proposta de criar um gatilho salarial como forma de combater a inflação nem chegou a ser apresentada na reunião da CUT, das demais centrais sindicais e do MST realizada nesta terça-feira (25), em São Paulo, como chegou a ser noticiado.

Durante a reunião, que decidiu pela realização de uma grande manifestação, com greves, paralisações e atos em todo o país no dia 11 de julho, para ancorar a pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras e as bandeiras que vieram das ruas nas manifestações realizadas nas últimas semanas, os dirigentes consideraram que o recado que veio das ruas foi claro: o povo quer participar e não admitirá mais políticos que não os representam de forma democrática, querem participar da construção de políticas públicas.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, foi o único que fez uma leve menção ao tema inflação que, para ele, teria contribuído para levar o povo às ruas.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, discordou. Para o dirigente CUTista, em nenhum momento das manifestações surgiu este tema porque os índices de inflação atualmente estão até menores do que no ano passado.

“Isso é discurso de rentistas, que querem aumento dos juros para ganharem mais. Aumento de juros só interessa a banqueiros. Agora, vamos dar as mãos a banqueiros?”, questionou Vagner.

A análise que Vagner fez das manifestações é a de que a insatisfação das pessoas é com políticas públicas de qualidade, em especial nas áreas de educação, saúde e transporte públicos de qualidade. Ele criticou a disputa de “agendinhas”, a partidarização do debate, as tentativas de levar vantagens para aparecer na mídia. “Com isso, a CUT não tem acordo!”.

O povo quer mudança de comportamento, não vai tolerar mais disputa de “pautinhas pequenas”, encerrou o presidente da CUT.     

O acordo entre todas as centrais sindicais  (CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB  e NCST), e o MST foi a realização das manifestações no dia 11 de julho e a entrega à Dilma na audiência desta quarta-feira (26) da seguinte pauta:

1 – tarifa de transporte coletivo subsidiada

2 – investimentos em saúde, segurança e educação

3 – o fim do projeto de Lei 4330, apresentado como uma proposta de regulamentação da terceirização mas que, na verdade, é uma reforma trabalhista que precariza ainda mais as relações de trabalho

4 – o fim dos leilões do petróleo

5 – o fim do fator previdenciário

6 – redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário

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