Duas plantonistas acusaram os funcionários de terem roubado dois kits sutura que haviam desaparecido. Chamaram a Guarda Civil Municipal (GCM) para revistar os funcionários, que primeiro foram confinados na recepção
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila São Pedro, funcionários e auxiliares de enfermagem se esforçam e se viram como podem para dar um bom atendimento à população local, mas, além do reduzido quadro de funcionários, sobrecarregado o trabalhador, uma vez que a demanda é muito grande na unidade. E por fim, as agressões verbais e até mesmo físicas. Mas, esse não é o limite do que pode ser submetido um servidor numa gestão autoritária.
Duas responsáveis pelo plantão noturno da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila São Pedro, em São Bernardo, no último dia 14 de agosto submeteram os trabalhadores da unidade a uma situação constrangedora, vexatória, desrespeitosa e criminosa.
Segundo o sindicato da categoria, naquela noite as duas plantonistas acusaram os funcionários de terem roubado dois kits sutura que haviam desaparecido. Chamaram a Guarda Civil Municipal (GCM) para revistar os funcionários, que primeiro foram confinados na recepção à vista dos pacientes.
Ainda de acordo com o SindSaúde, a GCM acompanhou cada funcionário até o vestiário e vistoriou todos os armários e carros. Em seguida, levou as funcionárias à sala de medicação e revistou as bolsas de cada uma. “As bolsas foram reviradas na frente de todas as outras que ali estavam, numa total falta de respeito aos direitos e privacidade das trabalhadoras”, disse o sindicato em sua página no facebook.
No entanto, os dois kits sutura tinham sido guardados em outro local por uma funcionária do plantão diurno, durante a passagem de plantão. “Esclarecidos os fatos, provada a falta de fundamento da acusação, qual a atitude da Fundação do ABC frente a esse lamentável episódio? Alguém se desculpou? As duas responsáveis foram punidas? NADA, SILÊNCIO TOTAL, como se nada tivesse ocorrido, como se os funcionários fossem lixo!”, questiona o SindSaúde ABC.
Além de denunciar à Comissão de Direitos Humanos da Alesp, o sindicato está exigindo providências da FUABC e da Prefeitura de São Bernardo. “É inacreditável que fatos como esse, semelhantes ao regime de escravidão, ainda aconteçam em pleno século XXI”, finaliza o comunicado do SindSaúde ABC.