Logo na primeira semana de trabalho, nossos educadores e educadoras foram surpreendidos por más notícias. Primeiro, a Secretaria de Educação apresenta a inclusão de reposições de aulas aos sábados em seu calendário, apesar das manifestações contrárias de nosso Sindicato, o que inclusive gerou uma ação judicial. Agora, a notícia atinge, também, as crianças atendidas na rede: cortes na merenda escolar.
A SE afirma que foi realizado um “estudo” que apontou para a necessidade de “adequações” na merenda, considerando a aceitabilidade, preparação e desperdício dos alimentos. Em outros momentos, cita que 20% dos estudantes estariam obesos.
Incoerência
O mesmo setor da SE que aponta, a partir do estudo realizado, que há um aumento da obesidade infantil na rede, aponta que “a refeição ofertada nas unidades escolares é elaborada de acordo com as necessidades nutricionais”. Fica evidente, então, que a obesidade infantil não tem qualquer relação com a alimentação oferecida nas escolas.
Também nos parece incoerente que a Secretaria de Educação prefira cortar a merenda, ao invés de exercer seu papel pedagógico e investir em ações educativas quanto à alimentação correta, à necessidade da prática de atividades esportivas e de rejeição ao sedentarismo.
Trabalhadores são contrários aos cortes
O SINDSERV não pode admitir que se cogite que tal decisão tenha sido tomada por “indicação” dos trabalhadores e trabalhadoras da Educação, como insinuado em informativo enviado às unidades, para cozinheiras e direção. Ao contrário do que defendemos e protagonizamos em nossas atividades, não houve um envolvimento adequado da comunidade escolar no suposto estudo e, mais uma vez, ao invés de dialogar com os trabalhadores e com a população, a SE impõe uma decisão que afeta milhares de cidadãos. Não é a toa que dezenas de educadores têm se manifestado nas redes sociais contra tal medida.
Nenhum direito a menos!
Nossas crianças precisam ser tratadas com respeito! O SINDSERV defende que, em todas as ações do governo municipal, crianças e adolescentes devem ser prioridade, conforme preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, uma Lei Federal que dever ser cumprida pelo Executivo municipal. A partir deste ponto de vista, nos parece inadmissível que uma conquista do povo de São Bernardo seja retirada, prejudicando centenas, quiçá milhares, de crianças que têm na merenda escolar a principal fonte de alimentação diária.
Consideramos que, mais uma vez, a SE agiu de forma autoritária e desrespeitosa, especialmente como os trabalhadores e trabalhadoras da Educação e, por isso, consideramos imprescindível que os Conselhos Tutelares, a Promotoria da Infância e Juventude, o Conselho Municipal de Educação e o Conselho Municipal de Alimentação Escolar se manifestem e conduzam ações capazes de reparar este erro.